terça-feira, 1 de abril de 2008

Otomiguri Ozaki

Ep 99

Enquanto sai do edifício, Misaki em passo acelerado percorre os 100 metros até à paragem do autocarro como nunca antes o tinha feito.Com um ar perturbado e muito tenso, fixa o seu olhar no chão de modo a passar despercebido até à chegada do autocarro. Já com 5 minutos de atraso Misaki entra finalmente no autocarro procurando um lugar isolado, o mais distante possível dos poucos passageiros que viajavam com ele.Chegado ao seu terminal dirige-se a casa, e sem trocar qualquer palavra com ninguém segue de imediato para o quarto onde retira uma velha caixa do seu guarda-roupa. De forma impetuosa extrai uma espada do He-Man que a sua tia dos Estados Unidos lhe oferecera a quando do seu quinto aniversario, mas que por extravio das malas no aeroporto (segundo consta foi parar ao Camboja ou a Laos) chegara com atraso de 20 anos (mas esta passagem da sua vida ficara para outra vez) e olhando-se de imediato ao espelho questiona-se “Porque tenho que ser eu? … Porque tenho eu que travar esta dura batalha…


Escrito por Gonçalo Galvão

quarta-feira, 26 de março de 2008

Estorias Reais Imaginadas

O HOMEM QUE OUVIU UMA MÚSICA (IN)DESEJADA

O António teve de parar o carro na berma da estrada para se recompor. 18:30. A habitual viagem de regresso a casa, após mais um dia de trabalho, decorria com normalidade, mais trânsito menos trânsito. Mas o rádio começa a transmitir a nova música da sua banda favorita. O António nem queria crer. Aqueles acordes, aquela melodia, aquela letra…Tudo o que ele sempre quis que aquela banda fizesse. Tudo o que ele pediu. Eles fizeram.Há dois anos o António perdeu o amor da sua vida, a Maria. O longo e intenso romance que os dois viveram terminou, sem que ele percebesse porquê. A Maria deu-lhe “a notícia” na esplanada do café onde se encontravam todos os dias. Apesar do choque, conseguiu perceber algumas das frases que ela disse: “mudei”; “as coisas já não são iguais”; “a culpa não é tua, mas minha”; “acho que já não te amo”; “mereces mais do que aquilo que te posso dar”. Depois a Maria levantou-se e foi-se embora, a chorar. O António não disse nada, nem correu atrás dela. Acabou de comer o croissant com fiambre, pegou nos cacos do seu coração, guardou-os no bolso e foi para casa.Os meses seguintes foram os piores da sua vida. Regava o desespero com álcool e amaldiçoava o sol. Porque só vinham dias de sol, todos os dias, quando o que ele precisava era de dias cinzentos, de chuva, que se enquadrassem com o seu estado de espírito? Dias de trovoada e chuva, como naqueles “vídeo-clips” pirosos dos anos 80, de baladas igualmente pirosas sobre amores perdidos. Mas não. O António teve de carpir as mágoas com sol e calor.Apesar de ter optado pela forma estóica e orgulhosa de sofrer acabou por ter duas recaídas. Na primeira tentou ligar à Maria, mas o número do telemóvel já “não estava atribuído”. Ela mudou de número. “Cabra”. A segunda foi muito mais desesperada e ridícula.O António e a Maria tinham uma banda preferida. Conheceram-se a falar dela, dançaram ao som dela. Toda a relação com aquela banda-sonora. O António decidiu ir ao site deles para enviar um longo e-mail a pedir/exigir que escrevessem uma música. Uma música que fizesse a Maria voltar para ele. Relatava toda a relação. Como começou, como foi e como acabou. “Eu, António, ainda amo a Maria e quero que vocês me ajudem a recuperá-la”. Basicamente.Ele tinha noção da parvoíce que estava a fazer mas a culpa era tanto dele como da garrafa de gin que bebeu nessa noite. Enviou-o.O dia seguinte trouxe sol (claro) e um enorme sentimento de vergonha. O António só esperava que a sua banda preferida nunca lesse aquele e-mail! Tinham, com, certeza, alguém para ler aquelas coisas por eles, pensou. Mais uma mensagem de um fã para ignorar…Começou ali a sua recuperação, apercebendo-se do ridículo a que tinha chegado. “Ela não merece”. Vamos em frente”. “A vida continua”. Aos poucos voltou a sorrir, a conviver, a viver. Os dias de sol voltaram a ser bonitos e conheceu a Patrícia. Gostava dela, ainda não sabia se muito, se pouco. Estava feliz outra vez.Até às 18:30 desta tarde. A sua banda favorita lançou um novo single. Para o comum dos mortais, só mais uma música. Para ele não. A letra contém vários episódios contados por ele no e-mail e um refrão que apela a que uma tal de “Maria” “acorde para o sonho de um grande amor / que não se pode perder” (sic).“Agora? Quase dois anos depois vêm estes cabr%&$ reavivar fantasmas mortos e enterrados. E se ela ouve isto? Ela adora-os, claro que vai ouvir!”, berrou o António enquanto esmurrava violentamente o volante do seu carro. Acrescentou uns “palhaços!” e “filhos disto-e-daquilo” para adjectivar a sua banda predilecta, enquanto se fazia de novo à estrada.Estava já em casa a beber um gin tónico, para acalmar enquanto fazia o jantar, quando o telemóvel tocou. Número desconhecido. Atendeu a medo.Era a Maria.Continuava a ter uma voz doce, que o envolvia. Que o fazia sorrir.
Palhaços…


Escrito por João Rocha

sexta-feira, 21 de março de 2008

O homem que não queria ser herói – Parte II

EP 10

Estava sentado a mesa da sala, uma mesa comprida de carvalho, devia ter mais de três metros de cumprimento e de largura, era uma mesa imponente e assustadora, como todo o simbolismo histórico que acarretava.
O pai de Chirigumi contava sem fim que aquela eram a mesa que havia salvo o Hitler de uma morte precoce, e que tinha sido uma perna daquela mesa de madeira forte que havia feito com que o atentado falhasse e que toda a grande guerra se desenrolasse.
Era uma historia mórbida e um tanto o quanto estranha, mas entre todo aquele conceito, o que fazia Chirigumi ficar vidrado no seu pai Misaki era a forma como ele falava de toda a historia desde os primórdio do Chanceler até ao fim da guerra, passando uma ou duas vezes pela história da mesa, e aí até parecia que ele lá havia estado, Chirigumi eram levando pela magia que os olhos pretos brilhantes do pai reflectiam, e pela expressão de emoção que se via nitidamente naquela cara típica oriental de Misaki, que só as diferenças de idades fariam as feições diferirem das de Chirigumi de tão parecidos que eram. A mãe era uma moça linda e nova, quase se apresentava irmã de Chirigumi, trazia sempre vestidos compridos lisos, ora vermelhos ora verdes, de quando em vez um bege mas as cores vivas ficavam melhor na sua cara pálida, e com o seu longo cabelo preto. Miuki fitava Misaki com o mesmo olhar interessado de Chirigumi e deixava-se levar por palavras repetidamente sábias, como se fosse um filme.
O resto da mesa conversava sobre o futebol ocidental e sobre a ida de David Beckham a cidade, falavam dos dias e do tempo e do futuro de cada um deles, e claro do brilhante futuro que Chirigumi teria a sua frente, aqui a sua namorada Yu e o seu irmão Omotato ficavam simplesmente babados. Omotato era uma mistura de pai e mãe, tinha as feições da mãe e os olhos castanhos cor de amêndoa da mãe, mas o cabelo e talvez o nariz fosse do pai. Yu era linda, super parecida com a Miuki, o mesmo cabelo longo e preto, a mesma cara pálida, e os mesmos olhos castanhos cor de mel. O sorriso de Yu aberto e genuíno é que a diferenciava de tudo e todos a sua volta e Chirigumi deleitava-se com tal beleza.
Yu era uma modelo de renome em Tokyo, mas quando lhe perguntava quem ela mais admirava a resposta era pronta, o meu namorado Chirigumi.
A amena cavaqueira prolongava-se por toda a noite, e era todas as noites assim, e mal saiu da mesa as picardias entre Chirigumi e Omotato o seu irmãozinho mais novo não se faziam esperam e todos se riam. Chirigumi tinha toda a felicidade do mundo, e todo a felicidade do mundo é um grande fardo para um homem só.



sábado, 23 de fevereiro de 2008

Cantinho do Zaraki - Great Teacher Onizuka

Após tirar um curso rápido, Onizuka Eikichi (antigo líder de um gang de rua) parte para a sua maior aventura, a de se tornar um professor dedicado. E, isto, porque Onizuka deseja “conhecer melhor” as jovens estudantes do secundário.
Após ser contratado por um prestigiado colégio particular, Onizuka percebe que o sistema de ensino está velho e ultrapassado e decide criar o seu próprio sistema de ensino (para conseguir lidar com a sua problemática turma), que se baseia em apoiar os alunos e aconselhá-los sobre os seus problemas, em vez de lhes tentar, simplesmente, encher a cabeça com conhecimentos académicos.
Great Teacher Onizuka não é um drama puro, pois o seu protagonista cria imensas situações divertidas e hilariantes. É uma série que mistura muito bem estes dois elementos: o drama e a comédia. As suas animações são boas, assim como as suas músicas. Os maiores pecados desta série são o facto de a série depender quase inteiramente da inspiração do seu protagonista, os personagens secundários são muito menos interessantes, e o facto do seu final ser uma verdadeira desilusão.
Ainda assim, esta é, sem dúvida, uma série de grande qualidade que merece ser vista.





segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Estorias Reais Imaginadas

O HOMEM QUE GOSTAVA DAS "CHEGADAS"

O Luís está a observar um casal, ali à esquerda, que depois de esperar mais de uma hora abraça um miúdo acabado de chegar. Provavelmente é o filho. O Luís não sabe de onde veio, nem o que foi fazer. Não lhe interessa. Nem aos pais. A felicidade e os sorrisos naquelas caras e naqueles abraços dizem tudo: "Chegou. Já cá está". E o Luís emociona-se.Ele gosta muito de vir para o aeroporto. Não para viajar, embora também goste de o fazer, mas para ver. Senta-se à mesa no bar, bebe um café e observa. Os anos foram trazendo experiência nesta "arte" e, assim, o Luís já sabe ao que prestar atenção. Nem todas as pessoas que circulam num aeroporto têm interesse. Pelo menos para aquilo que ele procura. É preciso saber ver, depois escolher e, por fim, saborear.O Luís tem 68 anos, é casado, tem dois óptimos filhos, já tem dois lindos netos e vem para o aeroporto para ver ("com os olhos que a terra há-de comer em breve", como costuma dizer) emoções reais. Daquelas que nem os melhores filmes ou livros conseguem mostrar. Emoções e sentimentos puros e não fabricados como nas novelas que a mulher tanto gosta de ver. A verdade é que vê ali mais beleza do que alguma vez viu em quadros, telas de cinema, ecrãs de TV ou qualquer outro lugar.Hoje, o Luís está nas "chegadas". Aqui vê sempre alegria, mesmo se com lágrimas à mistura. A doce felicidade dos reencontros entre aqueles que regressam e aqueles que os esperam.Está cá o Zé, um colega destas lides. O Luís já conheceu pelo menos mais quatro pessoas que fazem o mesmo, mas já percebeu que há mais. Mulheres, homens, mais velhos, mais novos. São discretos. Não falam muito entre si e, normalmente, sentam-se em mesas diferentes ou circulam sozinhos pelo aeroporto. "Topam-se" uns aos outros. Formam uma espécie de "clube secreto", do qual nenhum deles fala. Um "clube" sem regras, sem organização e de entrada livre. Mas com objectivos claros. Não vêm para aqui confraternizar. Para isso têm os amigos, as jantaradas, as festas ou, no caso do Luís, as "suecadas" com os vizinhos no clube recreativo lá do bairro. Aqui o objectivo é ver sentimentos reais. Sem preço, sem IVA.O Luís só vem de vez em quando. Na semana passada esteve nas "partidas". Outro mundo, completamente diferente. Muitas lágrimas de tristeza e saudade antecipada. Despedidas mais ou menos emocionadas, dependendo de quem parte, para onde vai e quanto tempo fica. Nessa última vez, viu um rapaz de trinta-e-poucos-anos, sozinho, com pouca bagagem e um ligeiro sorriso, como se deixasse tudo para trás e fosse atrás de novas aventuras.Mas foi uma excepção optimista naquele ambiente triste e pesado das "partidas". O Luís gosta mais das "chegadas". Claramente.No aeroporto as pessoas são verdadeiras e normais. São pessoas, no fundo. Nada é encenado ou artificial, mas sim real. A alegria, a tristeza e até a ira quando há cancelamentos ou atrasos nos voos.Embora observe tudo isto, o Luís não se considera um "voyeur". Pelo menos não no sentido negativo que essa palavra adquiriu mas talvez num possível sentido positivo. Alguém que, não incomodando ninguém, retira prazer daquilo que vê nos outros. Quem não o fez já ?Ele não sabe qual é a motivação dos restantes membros do "clube", mas a dele é ver sentimentos. Alegres, de preferência. Que o façam recordar o que sentiu em momentos da sua vida.Como quando ia com o pai à quinta do Sr. Armando, na calada da noite, cortar o pinheiro de Natal ("levar emprestado", como dizia o pai entre risos). Pinheiro que depois ajudava a mãe e a irmã a enfeitar com bolas, fitas e anjinhos. Ou como quando conheceu a mulher num baile de Verão. Ou quando viu nascer os filhos. Ou, expecialmente, quando brincava com eles e lhes pedia para não crescerem, para ficarem sempre assim, a brincar com ele.Claro que eles crescem e se vão embora. É a vida...E a vida do Luís é, no essencial, igual às vidas que vê aqui no aeroporto.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Otomiguri Ozaki

Chapter 100

Inquieto e amedrontado com o ambiente do quarto a meia luz e pelo poster dos Kiss que o próprio colocou em frente à sua cama, Misaki enche-se de coragem e dirige-se à saída empunhando sempre a sua espada.Depois de vários movimentos bruscos e de grandes manobras de fuga Misaki abre finalmente a porta, percorre o corredor e por entre uma pequena abertura na porta da sala observa o seu pai a jogar México86 no velho Sinclair ZX Spectrum que guarda religiosamente como se de um tesouro se tratasse, recusando-se determinantemente a tocar em qualquer outro computador ou consola sob ameaça de os destruir por completo.Pé ante pé consegue passar pela cozinha onde a mãe se descabela e enlouquece com o seu irmão mais novo que tenta um novo atentado contra o pobre do gato Al Saudi.Tal como tinha prometido estava prestes a conseguir sair de casa. Estava agora a um breve passo de se reencontrar com o seu verdadeiro destino.


Cantinho do Zaraki - Basilisk

Os clãs Iga e Kouga viveram em conflito durante séculos, até que o lendário Hattori Hanzou os forçou a viver em paz. O ódio entre os clãs manteve-se aceso, mas os conflitos físicos terminaram. Vinte anos depois, o Shogun enfrenta um dilema: escolher um dos seus dois jovens sucessores como o próximo líder. Para isto decide criar um sistema: revogar a paz obrigatória entre os dois clãs rivais e atribuir a cada um um pergaminho, no qual seriam inscritos os nomes de 20 ninjas, 10 do clã Iga e 10 do clã Kouga. O objectivo é de que um dos clãs elimina-se por completo o outro, sendo que cada clã representa um dos herdeiros do Shogun, logo o clã vencedor faria de um dos herdeiros o futuro Shogun.
Alheios a todo esta situação estão Kouga Gennosuke e Iga Oboro, que apesar da rivalidade entre os seus clãs, estão apaixonados e empenhados em terminar com as más relações entre estes.
Mas o desafio lançado pelo Shogun vai fazê-los questionar o que é mais importante: o amor que sentem um pelo outro ou o amor e orgulho que sentem pelo seu clã?
Uma série fantástica com paisagens deslumbrantes do Japão Medieval, excelente banda sonora e magníficas cenas de combate.
Uma história de vingança e ódio entre 20 ninjas inesquecíveis, cada um deles dotado com poderes únicos.
Como terminará este conflito? Qual dos clãs sairá vencedor? Haverá espaço para o amor entre dois jovens de clãs rivais envolvidos numa batalha sangrenta?





sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O homem que não queria ser herói - ep9

Ep 9

Chirigumi continuava deitado na cama, não conseguia distinguir nenhum objecto, para ele, tudo o que existia não eram mais que sombras.
Mas lá fora já amanhecia, e o sol já brilhava forte.
Ouvem-se passos do outro lado da porta do quarto do Chirigumi, a maçaneta da porta vai rodando devagar.
Chirigumi completamente assustado, deita uns olhares por debaixo da cama, e eis que uma sombra se atreve a entrar no quarto dele.
-Chirigumi…. (fala a sombra com voz distorcida e quase imperceptível)
Mas antes que a sombra dissesse mais alguma coisa, Chirigumi salta debaixo da cama, apanha o machado que o espelho um dia lhe havia dado e empunha-o no ar com as duas mãos.
Chirigumi estava amedrontado, nervoso, mas sabia que tinha chegado a hora de ser heróis, de enfrentar os seus medos todos, e agarrando o machado com toda a força com as suas duas mãos, inspira fundo e deixa-o cair sobre a sombra que se fende ao meio paralisa no chão. E num ápice surge outra sombra. Desta feita maior e mais cheia na frente de Chirigumi, este nem hesita. Levanta o machado ao ar e deixa-o cair sobre o novo perigo que se aproximava.
E é nesta altura com as duas sombras estendidas no chão que Chirigumi vê um raiar vermelho no chão, um corrente, um rio de sangue que se alastra até aos seus pés.
Chirigumi começa aos poucos a ver as paredes, o tecto, a janela, o guarda-fatos, tudo se afigura nítido aos seus olhos, e ao olhar para o chão observa o seu irmão e a sua mãe, fendidos ao meios, com os olhos vazios e a boca aberta num pedido de ajuda em vão. O sangue deles escorria até aos seus pés, aquele rio de sangue que ele próprio havia derramado, sangue da sua mãe e do seu irmão.
Assustado, Chirigumi dirige-se, no seu jeito a pinguim de três em três passos a cair no chão, até ao café, procurava a menina do balcão, procurava aquela linda menina loira, mas tudo o que encontrou foi um café quase vazia, com as cadeiras viradas ao contrario em cima das mesas, e apenas uma mesa com duas cadeiras. Numa das cadeiras estava sentada uma linda rapariga oriental, com cabelos longos e pretos, uma cara pálida e olhos negros, os lábios vermelho vivo cor de sangue o sangue que ele havia derramado, mas um sorriso angelical, e um vestido vermelho arrebatador.
Chirigumi desceu até ela, estatelando-se no chão ao fim das três escadas, e sem pensar em nada deu-lhe um beijo e outro e mais outro e mais outro, as suas mãos percorriam o pescoço dela, os cabelos, e sem dar por isso o vestido caía sobre o chão, o fato de Chirigumi tomava o mesmo destino. A rodarem um sobre o outro sem nunca descolar os corpos e os lábios, chegaram até ao balcão onde ele a deitou, e ele se deitou sobre ela, o início do dia, daquela dia, era feito de morte e amor.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

"Estórias Reais Imaginadas"

A MULHER QUE NÃO GOSTAVA DE DIAS BONITOS

Dias de Primavera ou de Outono. Dias de Verão ou de Inverno. Aqueles dias de sol radioso e céu completamente azul. Ou com quatro ou cinco pequenas nuvens brancas, “excepções” que confirmam a “regra” daquele azul. Dias em que apetece respirar fundo, olhar em volta e ir passear. Esses dias de que todos gostam? A Ana não gosta. Mas tem motivos para isso.Ela acha que esta animosidade para com dias solarengos começou no dia 18 de Agosto de 1971, na lindíssima e quente manhã em que foi com a mãe despedir-se do Sargento Peres, o seu pai, que ia partir para a guerra na Guiné. Apesar de ser ainda muito pequena, a Ana recorda-se de abraços, lágrimas, beijos e de ouvir a mãe dizer: “Promete-me que voltas. Promete-me que não morres”. O pai prometeu. Mas não cumpriu.Mais tarde, veio uma bela tarde de Março, no Liceu, em que na aula de História, sobre a Revolução Bolchevique, viu o Professor Antunes ter um enfarte fulminante. Enquanto os colegas observavam, excitados, a chegada da ambulância e as infrutíferas tentativas de reanimação do Professor, a Ana não conseguia desviar o olhar do lindo céu azul.Começou a reconhecer um padrão. Uma antítese. Dia bom, coisa má.Ainda por cima, casou numa tarde fria e cinzenta de Maio. Deu à luz o seu único filho na manhã de 2 de Novembro de 82. Chovia a cântaros.Já não tinha dúvidas. Mas, seria só ela a ver o padrão? Ou seria uma parvoíce?A Ana não conseguiu deixar de reparar no lindo dia de sol que viu na televisão, a 11 de Setembro de 2001. Aquela escura nuvem de pó, a cobrir Nova Iorque, a contrastar com o azul do céu…Também se recorda de ver imagens de timorenses assustados, a fugir das balas, no massacre de Díli. Iluminados por um sol radioso. Que diabo! Até no terramoto de 1755 o dia estava lindo, segundo relatos da época.Na semana passada, ela viu um menino ser atropelado. Ainda hoje não sabe se ele sobreviveu ou não. Depois de apanhar qualquer coisa do passeio, o garoto, distraído e a olhar sorridente para o que encontrou, atravessou a rua sem olhar. Foi atropelado por um táxi. A Ana, em choque, só conseguiu ver uma moeda, junto à mão do menino, a reluzir no alcatrão. A reflectir o sol daquela linda manhã.Claro.Coincidências? Brincadeiras do Destino, da Natureza? Partidas de Deus?Ela ainda não percebeu.Mas sempre que acorda, vai à janela. Quando vê que o dia está nublado, a ameaçar chuva, a Ana sorri.



Escrito por João Rocha

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sobrio e não Sobrio - Há quanto tempo sabemos?

Há quanto tempo sabemos, os dois, que choramos, um para um lado, o outro para o outro? Há muito que nos mentimos, um a sí próprio, o outro tambem. Assim mentimo-nos a nós próprios, chiu, que não o contamos a ninguém, muito menos a nós próprios. Chiu !Há quanto tempo?, chiu..., há quanto tempo pedimos tempo para nós próprios, a Tí, a mim..., a nós, que escondemos o que vai na alma, no coração, na alma não, que na alma acabava por ser pensado e algo mastigado entre pensamentos mais ou menos vividos no quotidiano, isso não, apenas escondidos no coração, esses sentimentos vivos que fazem morrer outros, ..., sentimentos.Juro, juro que me doi, no centro de mim, no sítio onde quando nervoso fico, me aperta, sim, nesse sítio que me sufoca quando inquieto estou. É aí que me doi, é ai que os sentimentos vivem, os puros e os pouco pensados, é aí que moram os sentimentos vivos, que matam outros.Díficil é saber porque uns coexistem, os vivos, com outros quase moribundos, não entendo ?Ser humano, é ser imperfeito. Deve ser isso que nos torna irrasciveis, ao fim ao cabo tão imprevisiveis, quanto inversamente.Oiço Sufjan Stevens, como se isso fosse importante, não sei se por ter estado a ver um bocado do “Amar em Nova Iorque” é razão suficiente para falar disto, por um lado notas calmas e descontraidas, demasiado, por outro, um filme tão naif e lamechas, como um sonho óptimo de realizar, ser rico e excêntrico e ainda ter uma história trágica para contar ao fim, claro está com uma banda sonora adequada, já agora, pode ser Sufjan Stevens ?O que mais queria era páz, ou pelo menos um jornal lido num café com vistas para o mar, bem inquieto, de preferência, ah, e já agora muito frio, que cá dentro, quer dizer, dentro do estabelecimento queria um quentinho ar apaziguador com as intempéries externas, era só isso que eu queria, já nada mais pedia assim de repente. Chegava para ter uma meia hora de sossego, para não poder pensar, para não sentir o peito apertar e deixar de sentir a inevitabilidade irritante que me recuso a viver, desculpa, que nos recusamos a viver. Estou certo? Quem me dera estar longe da verdade, a mil passos dela!

Escrito por Xeltox


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Notícias - Forward Magazine


A Forward Magazine pede desculpa pelo atraso nas rubricas todas as semanas postadas. Mas aconteceu um acidente ao principal redactor da revista, e logo de seguida apareceram as épocas de frequências e exames, como devem saber, uma época sempre complicada ainda mais quando se tem um ligeiro inconveniente como o do JG.
Para além disto a Forward Magazine renovou-se também com novas rubricas e novos colaboradores. O horário agora é este.
Segunda-feira – Estórias Reais Imaginadas da autoria de João Rocha
Terça-feira – Couves e Alforrecas (Talk Show) autoria de todos os membros variando conforme as semanas.
Quarta-feira – Regresso do Homem que não queria ser herói.
Quinta-feira – Homem que não queria ser herói episódio especial (para isto andar para a frente.)
Sexta-feira – o Cantinho do Zaraki, criticas as séries de anime. Da autoria do próprio Zaraki.
Sábado – estreia a nova série das Forward Magazine, intitulada de Otomiguri Ozaki da autoria de Gonçalo Galvão.
Domingo – para finalizar a semana ou iniciar outra uma rubrica poética ou de desabafos. Intitulada de Sóbrio ou não Sóbrio. Da autoria de JG e com participações especiais ao longo das semanas ainda uma critica a um filme ou cd.

Bem amigos e leitores agora toca a não perder e deixar um comentariozinho que não custa nada. Pois lembrem-se que é sempre bom ouvir uma palavra de apareço ou critica construtiva ao nosso árduo trabalho. O meu muito obrigado em nome de todos os colaboradores das Forward Magazine. Beijos e abraços a todos.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cantinho do Zaraki - School Rumble

Amgos aqui está a nova rubrica das Forward Magazine, o Cantinho do Zaraki. o Cantinho do Zaraki vai ser publicado todas as sextas feiras e trata-se de uma rubrica com criticas a series de anime, feitas pelo nosso conceituado critico o Zaraki. Esta semana o Zaraki para primeira edição traz-nos a conceituada serie, School Rbumble. Palmas para o Zaraki.

Tsukamoto Tenma é uma jovem estudante do secundário que, como tantas outras, está apaixonada. O alvo do seu amor é Karasuma Ooji, seu colega de turma e um rapaz bastante invulgar e anti-social, que não se apercebe da paixão que Tenma tem por ele.
Harima Kenji é um jovem delinquente, duro e anti-social, mas tudo isso muda (ou ele tenta mudar) quando conhece e se apaixona por Tenma.
Eri Sawachika é uma grande amiga de Tenma, que se começa a apixonar por Harima após inúmeras peripécias.
Tsukamoto Yakumo é a irmã mais nova de Tenma, uma jovem bnita e gentil que consegue ler os pensamentos de todos os rapazes que nutrem sentimentos por ela. O facto de não conseguir ler os pensamentos de Harima vai fazê-la sentir-se atraida por ele.
Hanai Haruki é um estudante brilhante, praticante de artes marciais que se apaixona por Yakumo.
Mikoto Suo é amiga de infância de Hanai e uma grande amiga de tenma e de Sawachika.
Kyousuke Imadori é um jovem atraente e com imenso sucesso entre as raparigas. Os seus alvos favoritos são as raparigas que usam o "D" (o soutien mais largo), sendo que Suo é o seu alvo favorito, embora esta o rejeite sempre.
Karen Ichijou é uma jovem tímida que possui uma força fora do comum e que está apaixonada por Imadori.

CONFUSOS?

Mais ficariam se acrescentasse todos os personagens em falta, bem como as suas histórias, mas a única garantia que posso dar é que esta é a série mais hilariante, louca e divertida jamais criada.
A história central baseia-se no triângulo amoroso Tenma-Karasuma-Harima, mas como podem ver, muitos outros personagens se lhes juntam para criar aquela que é a série mais hilariante de todos os tempos.
Esta série foi multi premiada, sendo que entre os prémios recebidos estão o de: Melhor Comédia; Melhor Personagem Masculino;Melhor Personagem Feminino, entre outros.
Se o que procuram é uma série divertida e pela qual se apaixonam imediatamente pelos personagens, não procurem mais, acabaram de encontrar. Chama-se School Rumble.




segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Couves e Alforrecas

bom dia, boa tarde ou boa noite caro leitor. aqui está a nova rubrica das FM, intitulada de couves e alforrecas.
Bem nesta rubrica vamos abordar vários temas de interesse público, sobre todos os temas possíveis, sem forma, sem cuidado de linguagem, porque somos livres.
Ou assim pensava até a uns dias descobrir algo importantíssimo.
E cá vai a primeira bomba da semana.

1º BOMBA DA SEMANA

Penso eu então que estamos num pais livre, e venho a descobrir que após um entrevista do José Rodrigues dos santos, (jornalista da rtp1), a caluniar o José Sócrates e passo a citar.
J.S – “ Na rtp1 só podíamos dizer o que o governo deixava”
Pois bem, após tal afirmação que é que o governo faz? Desmente? Claro que não, confirma quando despede o famoso jornalista. Tanananana.
Ai está a famosa democracia de Portugal.

Mas não ficando por aqui e mudando de assunto, passamos do primeiro-ministro para a música está sim muito boa.


Sssseeeeeguuuunnnndddaaaa BOMBA DA SEMANA!!!!

A maior banda de todo os tempos vai dar um mega e seu último concerto no pavilhão atlântico no dia 3 de Fevereiro. Pois claro que falo dos D’zrt.
Bem rapaziada depois deste não temos mais massacre aos nossos ouvidos. Só há uma coisa que não percebo. Já dão reforma aos músicos aos vinte e poucos anos? Se calhar aquilo é só maquilhagem.

Neste couves e alforrecas não podíamos ficar por aqui, temos então de abordar o tema que move multidões. Claro que me refiro ao desporto.




Terceira bomba da semana.

E a terceira bomba da semana são as três vitórias seguidas do Sporting clube de Portugal. Claro que uma contra o lagoa, em que divisão estão? Outra contra o beira-mar e a ultima contra o porto. Isto como é óbvio deu uma grande moral aos jogadores e adeptos. Bem a solução do Sporting é jogar sempre contra equipas de bairro como estas.




QUARTA BOMBA DA SEMANA

A quarta bomba da semana é sem duvida as ambulâncias. E porque andam em foca as ambulâncias? Não caro leitor não é pelos focos de luz azuis mas sim pela falta de uso deles. Cá vai a historia.

O irmão de um doente, liga para as urgências e a informar que o seu irmão tinha caído das escadas. O senhor que atende diz que está sozinho, e pergunta a pessoa que liga o que é há-de fazer? Como é obvio que o senhor que ligou diz: você é que tem a ambulância e eu é que sei? Este mesmo senhor da ambulância liga para outra terra a informar da situação a qual o outro senhor da outra terra diz: mas eu também estou cá sozinho. E estes dois funcionários juntos dizem, então e agora o que fazemos?
Claro que a resposta foi dada pelo senhor que ligou para as urgências: juntem-se os dois e venho cá.
Pois está claro, difícil não?!
Fim desta magnifica historia.
Ah?! O homem que caiu das escadas?! Esse morreu. Da queda ou da espera.


Este foi o primeiro Couves e Alforrecas. Bom dia, boa tarde ou boa noite e até para a semana.